Golpe do Pix devolvido: guia completo de proteção
Postado em 03 de dezembro de 2024
Imagine a seguinte situação: você recebe uma notificação no celular, um Pix de R$ 500 caiu na sua conta! Mas você não estava esperando nenhum pagamento... Cuidado, você pode ser a próxima vítima do golpe do Pix devolvido! Essa fraude tem feito milhares de vítimas no Brasil, e os criminosos estão cada vez mais criativos. Neste guia completo, você vai aprender a se proteger, identificar os golpes mais comuns e saber o que fazer caso caia em uma armadilha.
O Pix
O Pix, sistema de pagamento instantâneo desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, trouxe rapidez e praticidade para as transações financeiras, mudando o cenário financeiro brasileiro. No entanto, essa conveniência veio acompanhada de novos riscos, como o crescente número de fraudes, especialmente o chamado “golpe do Pix devolvido” ou “Pix errado”.
De acordo com a Kaspersky, nos primeiros sete dias após o lançamento do Pix, mais de 100 sites falsos foram detectados, com o objetivo de aplicar golpes relacionados ao sistema. Desde o início do cadastro das chaves Pix, em outubro de 2020, foram bloqueados cerca de 320 domínios maliciosos que utilizavam o termo “Pix”. O aumento de fraudes associadas ao Pix é contínuo, como aponta a Agência Brasil, e isso reforça a urgência de adotar medidas preventivas para proteger os usuários.
Neste guia, exploraremos os principais golpes, como identificá-los, as ações necessárias caso você seja vítima, e as melhores práticas de prevenção para garantir a segurança nas transações.
Quais os tipos de golpes com o Pix?
Antes de falarmos do Golpe do Pix devolvido, é importante conhecer os outros golpes que usam o Pix. Saber sobre as diferentes fraudes é o primeiro passo para se proteger.
Existem vários tipos de golpes com o Pix, e conhecer cada um deles é essencial para não cair em armadilhas.
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1. Golpe do cadastro do Pix
Os criminosos se passam por representantes de instituições financeiras e entram em contato com as vítimas, solicitando informações pessoais e bancárias sob o pretexto de realizar o cadastro do Pix.
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2. Comprovante de Pix falso
Os golpistas enviam um comprovante de pagamento falso, alegando que realizaram uma transferência via Pix. A vítima, acreditando que recebeu o pagamento, entrega produtos ou serviços sem verificar se o dinheiro realmente entrou na conta.
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3. Golpe do Pix devolvido ou Pix errado
No golpe do Pix devolvido, os criminosos realizam transferências para contas de vítimas aleatórias e, em seguida, pedem a devolução do valor, afirmando que o envio foi um engano. O contato geralmente é feito por mensagens fraudulentas, nas quais os golpistas se passam por representantes de bancos ou instituições financeiras, criando um cenário de urgência para pressionar as vítimas.
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4. Pix agendado
Os golpistas se aproveitam da funcionalidade de agendamento do Pix para enganar as vítimas, que acreditam ter recebido o pagamento. Eles prometem o pagamento de um produto ou serviço, agendam o Pix para uma data futura e enviam um comprovante falso para a vítima. No entanto, o Pix nunca é efetivado, e a vítima acaba entregando o bem ou prestando o serviço sem receber o pagamento.
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5. Golpe do robô do Pix
Nesse golpe, os criminosos utilizam softwares maliciosos, um "robô", para invadir o celular das vítimas e ter acesso aos seus aplicativos bancários. Uma vez dentro do aplicativo, os golpistas podem realizar transferências via Pix sem o conhecimento da vítima.
Como funciona o golpe do Pix devolvido?
Como falado anteriormente, o golpe do Pix devolvido, também conhecido como "Pix errado", é uma das fraudes mais comuns envolvendo o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central. Nesse tipo de golpe, os criminosos se aproveitam da rapidez e praticidade do Pix para induzir as vítimas a devolverem valores transferidos, supostamente por engano.
Para evitar cair nesse tipo de golpe, é essencial que os usuários do Pix estejam sempre atentos e desconfiem de solicitações de devolução de valores, verificando a autenticidade das transações antes de tomar qualquer ação.
Passo a passo do golpe do Pix devolvido
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Passo 1: A isca - transferência para a conta da vítima
O golpe começa com o criminoso realizando uma transferência via Pix para a conta da vítima. Essa transferência é real e aparece imediatamente na conta da pessoa que, muitas vezes, não sabe o que fazer ao receber uma quantia inesperada.
O valor transferido normalmente é de pequeno a médio porte, suficiente para não levantar muitas suspeitas, mas o suficiente para que a vítima sinta a pressão de devolver o dinheiro.
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Passo 2: O contato - a história do "erro"
Após a transferência, o golpista entra em contato com a vítima, geralmente via mensagem de texto, ligação ou até e-mail. O criminoso finge ser um representante de uma empresa ou instituição financeira e alega que houve um erro na transferência. A história mais comum é que o valor foi enviado para a conta errada e, por isso, pedem educadamente para que a vítima devolva o dinheiro.
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Passo 3: A pressão - manipulação emocional e urgência
Agora, a história do estratagema está estabelecida, a próxima fase do golpe envolve o uso de manipulação emocional com a vítima. O criminoso pode dizer que o valor foi enviado por engano para a conta errada devido a uma falha no sistema e, frequentemente, para induzir a vítima a agir rapidamente, ele cria uma sensação de urgência, alegando que o dinheiro é necessário com extrema rapidez para pagar uma dívida, finalizar uma transação importante ou até mesmo evitar problemas legais.
Além disso, para aumentar a pressão, o golpista pode usar táticas de intimidação, afirmando que a vítima será responsabilizada por qualquer prejuízo causado se não devolver o valor imediatamente. Essa pressão psicológica visa desestabilizar a vítima e impedi-la de pensar com clareza ou buscar ajuda.
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Passo 4: A armadilha - falsa devolução
Após a primeira transferência realizada pelo criminoso, a vítima é induzida a acreditar que houve um erro e que precisa devolver o valor. Muitas vezes, sem investigar a origem ou a veracidade da transação, a vítima cede à pressão e devolve o dinheiro acreditando estar corrigindo uma falha genuína.
Sob a pressão do golpista, que finge ser um representante de uma empresa ou banco, a vítima realiza um novo Pix para a conta fornecida. Geralmente, essa conta pertence ao próprio golpista ou a laranjas, dificultando o rastreamento do dinheiro após a transação. Assim que o valor é transferido, o criminoso rapidamente o movimenta ou saca, tornando praticamente impossível recuperar o montante.
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Passo 5: O desfecho - a vítima descobre o golpe
O golpe é concluído quando a vítima percebe que devolveu o dinheiro a um criminoso. Geralmente, isso só acontece após verificar seu extrato ou ao entrar em contato com o banco para questionar a transferência. Infelizmente, em muitos casos, é tarde demais para recuperar o valor, pois o criminoso já movimentou o dinheiro para outra conta ou sacou o montante.
Botão de estorno
O estorno via Pix é uma funcionalidade útil, porém, deve ser usada com cautela, pois também pode ser explorada em fraudes. Quando um usuário recebe uma transferência indevida, ele pode acessar o aplicativo do banco e utilizar o botão de "devolver" para reverter o valor à origem. No entanto, essa ferramenta, que visa facilitar correções em casos de erro legítimo, pode ser manipulada por criminosos que fingem ter transferido o valor por engano.
Segundo a Serasa, muitas fraudes ocorrem quando o usuário se apressa em devolver um Pix sem verificar a origem da transferência, confiando em mensagens ou ligações que criam um falso senso de urgência. Golpistas aproveitam essa pressa e, muitas vezes, a falta de experiência ou atenção das vítimas, para solicitar devoluções indevidas.
Portanto, antes de usar o botão de devolução, é crucial
- 1. Verifique a origem da transferência: Certifique-se de que o valor recebido não é fruto de uma ação fraudulenta. Se não estava esperando essa quantia, desconfie e verifique de onde veio a transação antes de tomar qualquer decisão.
- 2. Desconfie de mensagens urgentes ou ligações: Evite agir impulsivamente ao receber solicitações de devolução, especialmente se for pressionado por mensagens ou ligações que tentam criar um falso senso de urgência. Seja cauteloso, principalmente se essas comunicações afirmarem ser de instituições financeiras.
- 3. Entre em contato com o banco: Em caso de dúvida, o melhor caminho é entrar em contato diretamente com seu banco. Utilize os canais oficiais para verificar a origem do Pix recebido e garantir que a devolução não seja fruto de uma tentativa de fraude.
Fui vítima do golpe do PIX, o que fazer?
Se você foi vítima de um golpe do Pix, é essencial agir rapidamente para aumentar as chances de recuperar o dinheiro. A advogada Thais Medeiros explica que, apesar de não haver uma lei específica para esse tipo de fraude, o crime se enquadra como estelionato, previsto no Artigo 171 do Código Penal. Medeiros ainda destaca a responsabilidade das instituições financeiras: "a relação entre a instituição financeira e o titular da conta bancária (cliente) é de natureza consumerista e a instituição financeira pode vir a ser responsabilizada quando configurar danos gerados pela falha na prestação do serviço do dever de segurança".
1. Entre em contato com o seu banco imediatamente
A primeira ação que você deve tomar é entrar em contato com o banco pelo qual realizou a transação. Explique a situação e solicite o bloqueio do valor transferido, se ainda possível. Muitas instituições financeiras possuem mecanismos para reverter transferências em caso de fraude. Quanto mais rápido você agir, maiores as chances de bloquear a movimentação dos golpistas.
2. Mecanismo Especial de Devolução (MED)
O Banco Central implementou o Mecanismo Especial de Devolução (MED) para auxiliar vítimas de fraudes no Pix. Para acioná-lo, você deve reportar o golpe ao seu banco que, então, entrará em contato com a instituição financeira do golpista. Se a fraude for confirmada, o valor pode ser devolvido à sua conta. O processo pode levar até 10 dias, mas é uma importante ferramenta de proteção.
3. Registre um Boletim de Ocorrência (B.O.)
Um dos passos mais importantes é registrar um Boletim de Ocorrência. Esse documento é necessário para abrir uma investigação oficial e pode ser útil no processo de estorno do valor. No Brasil, você pode registrar o B.O. de duas formas:
- Presencialmente: vá à delegacia mais próxima e relate o ocorrido.
- Online: muitos estados oferecem o registro de B.O. pela internet, diretamente no site da Polícia Civil.
Certifique-se de ter todas as informações da transação, como comprovante do Pix, dados do golpista (se disponíveis) e capturas de tela de qualquer comunicação com o fraudador.
4. Reporte ao Banco Central e Procon
Além de registrar o B.O., é aconselhável relatar o golpe ao Banco Central, que pode abrir um processo de investigação adicional sobre a fraude. Você pode fazer isso pelo site oficial do Banco Central, na área destinada a denúncias sobre golpes e fraudes financeiras.
Também é possível registrar uma reclamação no Procon do seu estado. O Procon auxilia na mediação entre o consumidor e a instituição financeira, o que pode acelerar o processo de solução do problema.
5. Acompanhe o andamento do caso
Após acionar todos os canais, continue acompanhando o processo tanto com o banco quanto com as autoridades. Mantenha registros detalhados de todas as comunicações e ações tomadas, para garantir que você possa fornecer informações adicionais se necessário.
6. Dicas para aumentar suas chances de recuperar o valor
- Atue rapidamente: quanto mais rápido você notificar o banco e registrar a ocorrência, maiores as chances de bloqueio e recuperação do valor.
- Evite interagir com o golpista: após perceber que foi vítima do golpe, interrompa qualquer contato com o criminoso para evitar mais prejuízos.
- Fique de olho nas novidades do MED: o Banco Central está aprimorando o MED para torná-lo mais eficiente, então continue acompanhando possíveis mudanças que possam facilitar a devolução de valores.
Ser vítima de um golpe do Pix é uma situação desagradável, mas com ações rápidas e seguindo os passos corretos, é possível minimizar os danos e aumentar as chances de recuperar o valor perdido.
Mecanismo Especial de Devolução (MED)
Segundo a advogada Thais Medeiros: "O Banco Central regulamentou o Pix por meio da Resolução BCB nº 1/2020, que estabelece medidas de segurança obrigatórias para instituições financeiras a fim de evitar a prática de fraudes.
Se o cliente reclamar/contestar transação fraudulenta cabe à instituição financeira promover o mecanismo especial de devolução (MED), previsto pelo Art. 41-B da Resolução BCB nº 1/2020."
Como funciona o MED?
O MED é acionado quando uma fraude é identificada, possibilitando que o dinheiro transferido de forma indevida seja devolvido à conta da vítima. O processo envolve as seguintes etapas:
- Identificação de fraude: a vítima ou o banco identifica que houve uma transferência fraudulenta.
- Abertura de solicitação: a instituição financeira da vítima aciona o MED, comunicando o banco do recebedor.
- Avaliação da solicitação: o banco que recebeu o Pix indevido tem até 10 dias para verificar a situação e responder se o valor pode ser estornado. Se a fraude for confirmada, o valor é devolvido para a conta da vítima.
Esse mecanismo é particularmente eficaz em situações de fraudes ou erros operacionais, mas sua eficiência depende da rapidez com que a fraude é detectada e reportada, além da cooperação entre as instituições financeiras.
Limitações do MED
Embora seja uma ferramenta inovadora, o MED ainda enfrenta desafios:
- Tempo de resposta: a devolução dos valores não é imediata. O banco recebedor tem até 10 dias para concluir a investigação, o que pode ser um longo período para algumas vítimas.
- Colaboração entre instituições: o processo depende da boa vontade do banco recebedor, que deve colaborar com a investigação e agir rapidamente para devolver os valores.
- Uso de contas "laranjas": criminosos utilizam contas de terceiros ou "laranjas" para dificultar o rastreamento dos valores, complicando o processo de devolução.
Alterações e melhorias do MED
Em resposta às críticas, o Banco Central anunciou a versão 2.0 do Pix, que inclui melhorias no MED e promete maior eficiência na devolução de valores. Essa nova versão busca resolver alguns dos gargalos enfrentados no uso do mecanismo, especialmente no que diz respeito ao tempo de resposta e à capacidade de bloquear valores de forma preventiva em casos de suspeita de fraude.
O objetivo é que, com o MED aprimorado, os usuários do Pix tenham maior confiança no sistema e possam usar a plataforma com segurança, sabendo que há um mecanismo robusto para reaver os valores em caso de fraudes.
O Mecanismo Especial de Devolução é um avanço importante na proteção contra golpes no Pix, mas ainda está em fase de aprimoramento. Apesar de ser uma ferramenta promissora, o tempo de resposta e a cooperação entre as instituições financeiras ainda precisam ser melhorados. Para os usuários, é essencial denunciar fraudes o mais rápido possível para garantir que o MED seja acionado em tempo hábil, evitando maiores prejuízos. Com as melhorias na versão 2.0, espera-se que o mecanismo se torne mais ágil e eficiente, trazendo mais segurança para os milhões de brasileiros que utilizam o Pix diariamente.
Por fim
Seja sempre cauteloso com solicitações de devolução de valores e verifique a autenticidade das transações antes de tomar qualquer ação. Fique atento, proteja-se e continue acompanhando nosso conteúdo para estar sempre bem-informado e seguro!
Além dos desafios de segurança que discutimos, é importante lembrar que o Pix também oferece oportunidades de recebimento com agilidade e facilidade.
A Passou Ganhou e o PIX
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Lembre-se de que, apesar de todas as medidas de segurança, é sempre importante estar atento e tomar precauções para evitar possíveis golpes.